Carta aberta á nação Brasileira
Sabe Presidente Dilma, somos quase da mesma idade, mas vivemos em mundos bem diferentes. Sou classe média, bem média, jornalista, empreendedor social e educador, deprimido por vezes e indignado com as canalhices que estão acontecendo.
Não conheço bem a sua história pessoal e certamente Vossa Excelência não sabe nada da minha também.
Trabalho com pouco dinheiro e comunidades pobres, o povo.. Sempre fui doutrinado a fazer o máximo com o mínimo.
Muitas noites sem dormir, e lhe garanto que não foram em salinhas refrigeradas costurando coligações e acordos para o povo que V. Excelência nem conhece o cheiro ou choro em momento de dor..
A melhor decisão da minha vida, da qual hoje mais do que nunca não me arrependo, foi decidir trabalhar pelo social. Não se pode querer ser Dom Quixote, herói ou justiceiro, mas, pode-se transferir conhecimento e, sobretudo alento a quem nos solicita.
Mas, dói assistir a morte por falta de recursos. Dói, como pai de muitos filhos que geneticamente não são todos meus, ver outros filhos de outras mães não serem salvos por falta de condições mínimas na saúde prestada a seus cidadãos neste Brasil.
Fingir ver médico que não honra seu juramento, fingir que é médico estando cara-a-cara com o paciente como representante de um sistema de saúde ridículo, e me acostumar com uma pseudo-medicina é doloroso, aviltante e uma enorme frustração como cidadão.
Aprendi em muitas noites insones tudo o que sei fazer e gosto muito do que eu faço e o faço porque gosto. Sou voluntário e educador sem salário, por opção e com convicção. Não me arrependo.
Prometo todo o dia a eu mesmo fazer o melhor de mim.
É um deboche para um País como o Brasil, assistir políticos com a cara mais lavada que este é o momento de deixar de lenga-lenga para salvar vidas.
Que vidas?
Nas UPAS, nas UBS, no SUS?
Para dizer que educa bem.
Nas Escolas Públicas? Talvez em algumas dos grandes centros mas, no resto do Brasil, que desgraça...
Tudo de fachada para engabelar o povão!!!! Por amor ao povo a senhora trabalharia pelo que a senhor paga ao médico, ao professor?
Os médicos não criaram os mosquitos e os Professores não criaram o Plano de Diretrizes Básicas da Educação nem o plano de carreira.
Os hospitais assim como as Escolas, não estão com problemas somente agora.
Não faltam especialistas nem professores dedicados e competentes. O que falta é quem queira se sujeitar a triste realidade de ser médico do SUS e do professor público para tentar resolver emergencialmente a omissão de anos.
A mídia planta terrorismo no coração das mães que desesperadas correm a qualquer sintoma inespecífico para as urgências... Não há pediatra neste momento que não esteja sobrecarregada.
A mídia planta o terrorismo docente e das Escolas, a qualquer desentendimento ou ocorrência, banal desde os tempos que me conheço por gente, no convívio entre educandos e professores. Estes últimos então, estão impedidos de exercer sua autoridade por um Estatuto da Criança e do Adolescente, produzido para remendar erros e descaso de décadas, com a educação e com o povo.
Faça a mudança.
Execute Presidente Dilma.
Busque competências e exija competência na administração dos Estados e nos Municípios, dando exemplos como a boa administração nos seus Ministérios.
Já está provado que troca – troca, toma lá dá cá e conchavos políticos em Secretarias e Ministérios, não resolvem o problema Brasil.
Quem sabe a senhora poderia trabalhar como voluntária também ao serviço da nação, bem como nos Vereadores, Deputados e Senadores.
Chame a sua família.
Venha sentir o stress de uma mãe, não daquelas de pracinha com babá, que a senhora bem conhece, mas daquelas que nem podem trabalhar para cuidar de um filho doente ou então sem creche, para deixá-lo em segurança.
Venha preparada porque as pessoas estão armadas de raiva e de desespero, com pouca tolerância, em pânico.
Quem sabe entra no seu nariz o cheiro do pobre, do povo e a senhora tente virar o jogo.
A responsabilidade é sua, Presidenta.
Afinal, quem é, ou são os incompetentes, Presidenta?
De certo não serão os médicos e nem os professores.
Filipe de Sousa
Fazemos nossas suas palavras Filipe. O programa E agora José de forma alguma poderia deixar de apoiar mais essa iniciativa. Abraços
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